Entrevista de Jen para o LA Times

Se arriscar no filme independente "Cake"está valendo a pena para Jennifer Aniston

                        

Jennifer Aniston sentando no chão de sua casa em Bel Air, apertada no pequeno espaço entre sua mesa de café e o sofá. "Eu sei, é estranho, né?",  diz a atriz, parecendo limitada e sua sala espaçosa. "Meus cachorros mandam nas coisas por aqui (ela aponta para o pittbull deitado no seu sofá branco). Ela me tirou de lá. Eu sei o meu lugar."

O humor é a marca registrada de Aniston, que se tornou a Queridinha da América interpretando Rachel Green de 1994 até 2004 na série Friends, e que continuou usando a comédia em uma variedade de filmes, como Marley e Eu e Todo Poderoso.

Mas para o drama independente Cake, do diretor Daniel Barnz, Aniston entra em um território obscuro como a depressiva e viciada em pílulas, Claire Bennet.

"É um risco, especialmente se você sou eu e você é tão conhecida," diz ela sobre o papel. "Eu estou superando estar na sua sala por 10 anos, toda semana, todo dia, e ser conhecida como uma pessoa.  É uma bomba difícil de estourar para um audiência e para a indústria que quer fazer dinheiro com isso. As pessoas têm que acreditar."

Julgando pelas reações antecipadas do filme, elas acreditam. Aniston recebeu aplausos em pé no TIFF em setembro, foi indicada ao Globo de Ouro e agora está pronta para aquela uma vez ilusória indicação ao Oscar.

"Isso parece uma mudança..." ela para. Depois de anos de altos e baixos em Hollywood, Aniston é cautelosa ao se referir a isso comoum momento de potencial mudança na carreira para ela. "Estar tendo uma conversa sobre meu trabalho, ao invés da outra porcaria, é realmente refrescante. "Eu me sinto como uma planta que estava morrendo de fome para se nutrir. Eu precisava de uma boa chuva."

O diretor Barnz não está tão surpreso pela chuva de elogios. Ele cita a atriz de séries Mary Tyler Moore, que teve uma transformação dramática em "Ordinary People" como parte de sua inspiração para escalar Aniston. "Eu acho que como fazedor de filmes, que quando você escala alguém em um papel que é tão diferente do que eles já fizeram antes e dá oportunidade para que eles se expressem diferentemente, eles realmente irão deitar nos trilhos do trem por você," ele diz. "E foi isso que Jen fez."

"Claro, ela não é a pessoa que você escolheria," ele continua. "Mas ela tem algo sobre ela, uma perdoabilidade inata, que era muito necessária para um papel que pode ser muito duro."

Vestida em jeans e um moletom branco. Aniston parece a mesma dos anos 90. Ela parece saudável, feliz, amigável e claro, malhada como uma personal trainer. O cabelo dela hoje está uma mistura de mel, castanho e loiro que brilha como um comercial de shampoo enquanto ela luta para afastar seus cachorros dos convidados.

A casa de Aniston é um reflexo da estrela, casual e confortável apesar de valer milhões de dólares. A estrutura de meados do século fica atrás de uma portão de segurança e em cima de uma montanha com vista para Los Angeles. Dentro, é uma mistura de elegância minimalista e terroso, decoração asiático encontra qualquer outra coisa do mundo. Várias pessoas e empregados da casa se movem para dentro e fora da porta da frente enquanto ela senta para a entrevista, ou, como ela gosta de chamar, 'o jornalismo equivalente a namoro rápido."

Seu noivo, o roteirista e ator Justin Theroux, está entre eles, enquanto ele tenta sair despercebido. "Ei, aí!" ela o cumprimenta; ele acena e se desculpa por interromper. Assim que ele vai embora, Aniston sussurra: "Ele é tão doce, parte meu coração. A pessoa mais legal do mundo. Eu fico esperando Ashton Kutcher entrar e falar, 'Você está em uma pegadinha!"

A vida pessoa de Aniston, ou a versão dos tabloides, tem sido assunto de muitos artigos e galeria de fotos desde que se separou de Pitt.

"Essa parte da minha vida é completamente fora de controle," ela diz, claramente perturbada pelo assunto. "Eu deixei de ganhar trabalhos por causa da atenção, e as coisas que eles dizem... nunca é verdade! Eu sempre era a pessoa que falava, 'Ei, isso é mentira!' Mas o que você faz? Abre uma conta no twitter apenas para falar, 'Isso não é verdade?' É uma indústria baseada em tirar fotos das celulites das pessoas. Quem se importa?!! Argh, nem me faça começar..."

As revistas de fofoca não são as únicas culpadas quando se trata do público, ou pelo menos a percepção de Hollywood sobre Aniston. Seu inicio de sucesso como estrela de seriado contribuiu para o que ela chama de 'imaginação limitada' sobre seus talentos como atriz. 

"Eu estava passando por frustrações na minha carreira (antes de Cake). Eu queria trabalhar com esse diretor ou aquele diretor - e era como 'Porque eu não posso fazer parte disso?' Eu tive um sucesso incrível naquele pedaço da nossa indústria, mas eu queria fazer mais. Eu estava começando a ficar com medo de que talvez eles estivessem certos. Talvez eu não seja certa para esses papéis. Mas eu não posso deixar a opinião das pessoas - ou deixar de ser escolhida para um papel  - me façam duvidar do que eu sei que posso fazer."

"Cake" é um filme de 8 milhões que foi gravado em LA em menos de 1 mês. O roteiro é do novato Patrick Tobin, a quem Barnz descobriu em um concurso de roteiros.

Aniston soube imediatamente depois de ler o script que ela queria o papel. "Eu me sinto confortável indo para lugares obscuros que eu viveram em mim por muito tempo. Nesse ponto da minha carreira, foi como, se dane. Eu estou pronta para ficar crua e me expor. E não podia ser a versão bonita; tinha que ser real, doloroso e feio."

Barnz disse que depois de mostrar um corte antecipado de Cake para a amiga próxima de Aniston e co-estrela em Friends, Courteney Cox, a atriz, assim como muitos que assistiram o filme, ficou tão perdida no machucado mundo de Claire que ela esqueceu que estava assistindo Aniston. 

Muito tem sido dito sobre a performance de Aniston nesse papel - como sua decisão de ganhar peso, parecer descuidada e sem maquiagem. "Tem algo lindamente libertador sobre se deixar tão exposta. Eu acho que agora eu posso sair de qualquer jeito, porque não fica pior do que isso. Mas a reação é tão hipócrita. Homens nunca recebem isso quando eles parecem desleixados ou com problemas. Comigo é, 'Ela está desarrumada!' Como se eu estivesse toda arrumada normalmente. 

Ela pausa, "A propósito, ir trabalhar e usar pijamas e camisas todos os dias foi bem fantástico. Eu me lembro de cenas onde eu tinha que colocar um blouse, e eu falava, 'Quer dizer que vou ter que abotoar?"