quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Entrevista de Jen para o NY Times



Você pode estrelar um dos seriados mais amados do último quarto do século, ganhar um Emmy, receber 1 milhão de dólares por episódio, conseguir o mesmo sucesso com filmes e ainda ter mais do que um pouco mais para provar, assim como muito a perder.

Nos segundos antes da primeira exibição pública de "Cake", no TIFF em setembro, Jennifer Aniston estava nervosa por dentro.

"Eu não percebi até que as luzes se apagaram que o máximo de pessoas que tinham visto o número eram oito pessoas, e de repente nós estávamos em um teatro com 1500 lugares," ela contou. "Eu não sabia como seria recebido. É um momento vulnerável e assustador."

Mas quando as luzes se acenderam em Toronto, a audiência também, dando a ela palmas em pé. E enquanto o filme, que estreia nos EUA no dia 23 de janeiro, teve uma mistura de respostas dos críticos, ela teve bastante reconhecimento positivo para essencialmente entrar na temporada de premiações. 
 
Ela tem passado por um turbilhão incansável nos últimos meses, seguindo o roteiro da mídia de uma publicista conhecida como 'Oscar Whisperer' e comparecendo a mais de doze exibições especiais com perguntas e respostas na Califórnia e em NY. E está dando certo. Em dezembro ela recebeu indicações como melhor atriz ao Globo de Ouro, Screen Actors Guild e Critic's Choice.
 
Ela reconhece esse momento como talvez sua melhor chance para "tirar o disfarce de Rachel," ela disse. A intensidade do desejo dela para fazer precisamente isso foi sugerido por sua reação quando, no começo da nossa entrevista recentemente no Four Season Hotel em NY, eu falei que uma review do The Guardian chamou "Cake" de uma vitrine para suas "costeletas de atuação, até então escondidos."

"Hmm, sim, muito profundo por dentro," ela disse sobre esses ostensivos dons enterrados, acrescentado que a ideia era "meio de coçar a cabeça - wow."

Poucos minutos depois, ela voltou a frase "escondida" do crítico, de novo registrando frustração com a insinuação de que algo além de talento e habilidade estavam em seu trabalho em friends e duas dúzias de filmes, nem todos comédia, desde o meio dos anos 90.

E ela se referiu a frase duas vezes mais depois disso. Cada vez, seu jeito suave e afável, foi para a beirada. "Você tem que fazer algo realmente obscuro para ser levado a sério, eu acho," disse ela. Depois, se referindo a duração de friends e sua popularidade nas reprises, ela acrescentou, "Se você está na sala de alguém toda semana por dez anos e todos os dias em Deus sabe que canal, vai ser difícil para as pessoas falarem, 'Ok, nós vamos te ver fazer o que agora?' sem associar. É como, 'Eu sei que posso fazer esse papel, você apenas tem que deixar.' E então é, 'Eu não posso deixar você fazer esse papel porque eu nunca te vi fazer.' Houveram trabalhos que eu realmente queria e briguei por eles e então os óbvios ganhadores do Oscar pegaram eles."

Por exemplo?

Ela balança a cabeça que não. De jeito nenhum. Ela sabe muito bem o quanto a mídia adora jogar uma celebridade contra a outra. Para acreditar nos tabloides, ela passou a última década em competição com Angelina Jolie, a quem seu marido, Brad Pitt, foi casado com Aniston primeiro.

"É ridículo - que os dois nomes tem que estar na mesma frase e tem que haver comparação e desespero," disse ela.

Mas o destino continua juntando os nomes. Um dos assuntos mais surpreendentes da corrida do Oscar é o jeito que o filme muito falado de Jolie, "Unbroken", se ofuscou justamente quando as chances de Aniston para melhor atriz se acenderam. No caminho, houve também aquela sujeira da Sony, incluindo emails depreciativos do produtor Scott Rudin sobre Jolie.

Aniston rebate qualquer discussão sobre isso. "Eu não quero jogar nenhum combustível no fogo." Ela permitiu 30 segundos da conversa sobre Jolie e Pitt. Mas um minuto inteiro é forçar. A postura dela endurece.

Por muito tempo, Aniston tem sido uma das celebridades mais comentadas, com uma quantidade de fofocas e constantes paparazzis.

"Eles interrompiam nossas cenas," lembra o diretor de "Cake", Daniel Barnz, descrevendo takes  das cenas externas arruinadas pela gritaria dos paparazzis tentando pegar uma expressão do rosto de Aniston e fazê-la olhar para eles. "Nós não tínhamos orçamento para deixá-los longe."

Ela ela claramente desenvolveu estratégias para esse aquário. Ela se rende o suficiente para que ela não tenha que dar demais. Ela revela pouco em meio a linhas anódinas.

Antes de eu perguntar, ela mencionou Justin Theroux, seu noivo por mais de dois anos, falando dele na história sobre um namorado pouco apreciado que morreu anos depois de um tumor cerebral.

"Ele foi meu primeiro amor - nós ficamos juntos por cinco anos," ela disse, se referindo a aquele namorado. "Ele teria sido 'the one'. Mas eu tinha 25 anos, e eu era estúpida. Ele deve ter me mandado Justin para compensar tudo."

Eu percebo o anel de noivado, com seu gigante diamante.

"É uma pedra, eu sei," ela disse, parecendo envergonhada mas nem tanto. "Ele detonou. Levou um tempo para eu me acostumar. Eu não sou uma garota de diamantes. Sou mais de joias indianas e coisas do tipo." A roupa dela não era suntuosa: calça jeans e uma blusa preta.

Eu falo da especulação sobre o porquê dela e Theroux ainda não terem se casado, e ela disse que eles ainda estão decidindo que tipo de cerimônia eles querem. Ela não falou nenhum detalhe a mais que o necessário.

Ela se irrita com o escrutínio  que sua vida particular recebe porque enfatiza o que ela acredita ser padrão duplo, um que surgiu na noite antes de nossa entrevista, quando ela conversou com a plateia após a exibição de "Cake".

Uma mulher notou que Aniston tinha repetidamente a mesma pergunta sobre se ela estava preocupada se as pessoas iriam gostar de sua personagem de "Cake". "Isso é algo que não perguntam aos homens," disse a mulher.

Aniston interrompeu antes de  a mulher terminar. 
 
"Não perguntam a eles muitas coisas," disse ela, uma dor inesperada em sua voz. 

Durante nossa entrevista, ela elaborou: "Você não vê muitos homens sendo perguntados: 'Por que você não está casado? Por que você não tem filhos?' Você não vê o 'Bem, eles parecem interpretar a mesma coisa de novo e de novo,' e alguns deles interpretam.

"Nós somos uma sociedade muito sexista," ela disse. "As mulheres ainda não recebem o mesmo que os homens." Apenas dias antes, os últimos emails da sony revelaram que Amy Adams e Jennifer Lawrence ganharam menos que Christian Bale, Bradley Cooper e Jeremy Renne em "American Hustle."

"Eu tenho sido contra isso em negociações," ela disse, mas se recusou a ser mais especifica.

E ela notou que a aparência do homem e envelhecer não são comentados com o mesmo julgamento que, por exemplo, Renée Zellweger, quando ela surgiu em outubro com uma mudança no rosto.

"Houve um grande comentário sobre ela, e foi desnecessário," disse Aniston. "Ela realmente estava tão diferente? Ela entraria em um lugar em você diria, 'Quem é ela?' Aquela é a Renée, da cabeça aos pés." Aniston fez uma menção começando abaixo dos olhos. "Você não pode esconder aqueles pequenos lábios carnudos."

"Eu realmente acho que você está lascada se faz e lascada se não faz," ela acrescentou. "Ou você está muito gorda - 'Oh meu Deus, ela ganhou peso, está ficando gorda, aumentando aos 40'- ou 'Ela é tão esquelética, coloca umas carnes nesses ossos!' Eu já estive na lista das muito magras. Eu já estive na lista do que aconteceu com ela."

Quando o roteiro de "Cake" estava circulando por Hollywood em 2013, ela foi uma das atrizes a brigar pelo papel, que ela recebeu após alguém recusar. Nem ela nem Barnz dizem que foi.

Barnz disse que o comprometimento de Aniston com o projeto foi completo.

"Ela se ligou com zero financiamento a bordo. Você pensaria que os atores fariam isso por projetos que eles ama o tempo todo, mas não é verdade. O representante deles ficam nervosos: Se o projeto não tem financiamento, é um reflexo do cliente deles."

Para interpretar, Aniston parou de se exercitar, ganhou peso, deixou seu cabelo ficar sujo e não usou maquiagem.

Uma das fontes para entendera experiência de sua personagem foi uma amiga próxima, Stacy Courteney, que também trabalhou como sua dublê. Uma das pernas de Courteney foi cortada pelo motor de um barco anos atrás.

Na conversa deles, Courtney disse que a atriz estava "realmente quebrando e querendo saber: como era ser aquela mulher, estar naquela dor? Ela realmente queria estar dentro do meu corpo."

O nervoso que ela estava em Toronto foi embora, substituído por pura determinação.

Mexendo com o microfone na exibição em NY, ela disse, "Eu estou com medo que eu não fale alto o suficiente." Então ela falou alto. E todo mundo a ouviu muito bem. 

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